Laboratório Gemológico Dr. Rui Ribeiro Franco

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Perícia da Coroa Imperial

Perícia feita por Jane Gama garante que não houve violação

à coroa original

 

   

 

A coordenadora da Rede de Laboratórios Gemológicos do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), Jane Gama, atestou em 2007 a autenticidade das pedras da Coroa Imperial de D.Pedro II. A gemóloga foi contratada para fazer o laudo após denúncia anônima feita ao Ministério Público Federal (MPF) sobre suposta troca de pedras entre a coroa original e a réplica, feita há cerca de quatro anos pela joalheria Amsterdam.

Após 13 horas de avaliação técnica, a gemóloga deu seu parecer final. “A peça estáinviolada. Não há qualquer vestígio de novo metal ou garras refeitas, o quecomprova que nenhuma pedra foi trocada”, garante Jane. Para chegar a esseresultado, foram realizados exames nos diamantes, nas pérolas e no metal.

A avaliação foi feita em 3 etapas, começando pelos 639 diamantes. Foram feitos os exames para a chamada fase de identificação, quando as pedras passaram pela análise através do uso do condutivímetro – que mede a condutividade térmica da pedra -, de lupa de aumento e, ainda, de um exame ultravioleta. Todas as pedras apresentaram reações normais, de diamantes naturais. Depois, foi feita a classificação, quando a profissional mede as gemas com micrômetro e micro-régua e classifica a pureza e a cor de cada uma. A lapidação dos diamantes é antiga ovalada, também denominada lapidação Brasil. As pérolas também passaram por avaliação de tamanho e cor.

Por fim, foi feita a análise do metal, que comprovou que todas as garras que dão suporte às pedras estão intactas. Nesse caso, as garras são muito finas e teriam se rompido caso tivessem sido retiradas, o que seria perceptível a presença de ressolda ou marcas.

Durante as 13 horas de trabalho nos dias 02 e 03 de abril de 2007, Jane Gama ficou em uma sala restrita do museu, com quatro testemunhas. Todo o procedimento foi filmado. O laudo final será entregue dentro de 15 dias. Além de apresentar a quilatagem da peça, que nunca foi avaliada, a profissional também deve atribuir preço coroa.

A Coroa Diamantina, que recebeu esse nome por ser toda de diamantes, foi feita em 1827 e, desde 1943, está exposta no Museu Imperial. Em 2004, a Amsterdam Sauer finalizou a réplica do tesouro, confeccionada em prata banhada a ouro, pérolas cultivadas e 569 quartzos. A encomenda foi feita para que a réplica pudesse ser exposta em outros locais,  já que original não pode deixar o museu.